6 horas diárias de celular
Sobre celular, redes sociais e vida acontecendo enquanto isso
Era uma quarta-feira e fui olhar meu tempo de uso do celular, logo me espantei, uma média de 6 horas diárias na tela do celular. Eu já tinha percebido que os dias estavam corridos e que parecia faltar tempo para coisas que antes faziam parte da minha rotina, como a leitura, por exemplo. Também notei que em todos os momentos de tédio eu corria para o Instagram ou para o Tiktok, um novo vício que continuo tentando largar, honestamente.
A verdade é que num dia de 24 horas eu dedico uma média 6 horas para mexer em redes sociais, mas analisando o conteúdo que tenho consumido nelas acabo notando que não tenho visto muito propósito no conteúdo que eu mesma estava postando. O conteúdo que comecei a consumir também não me agrega em muito, acho que fiquei mais focada em consumir conteúdo desenfreadamente do que realmente consumir conteúdos de qualidade e que somam algo na minha vida, consequentemente também parei de produzir tal conteúdo.
Você acaba se tornando um pouco daquilo que você consome.
Ta aí uma reflexão interessante para os dias atuais, né? Que tipo de conteúdo você tá absorvendo pela tela do celular? Que tipo de momentos você está perdendo porque está com o celular enfiado na cara 7, 8, 9 horas por dia? Porque a conta realmente não fecha. Entre dormir bem, malhar, cuidar da casa, trabalhar e ter tempo de qualidade, não há como ficar 6 horas mexendo no feed.
Você também reclama que não sobra tempo para ler, como eu reclamei semana passada? Você também acha que os dias estão passando mais rápido? Talvez eles estejam, ou talvez a gente só esteja sempre com uma abundância de informações picadas, e, talvez, inúteis.
Não há nada de errado em consumir conteúdos inúteis ocasionalmente, mas perder 7 horas no feed é deixar de aproveitar essas horas de outra forma, com várias outras coisas mais válidas, como passear com meu cachorro, ler um livro, apreciar a vista, conversar com meu marido, ligar para uma amiga. Coisas que me fazem mais feliz do que mexer no Instagram, admito.
Dito isso, nessa semana comecei a me policiar mais. Acordo mais cedo para ler 10 minutos antes de começar meu dia, não abro o Instagram, nem o Tiktok, nem Whatsapp. Aproveito o silêncio do início do dia. Vou para o funcional ou para a Yoga, e só depois eu pego no celular para fazer meu Duolingo diário. Nos almoços e jantares o celular tem sido deixado de lado, e às vezes eu tenho que fazer um esforço para simplesmente ficar em silêncio. O que um bom aprendizado (de novo).
O consumo desenfreado de conteúdos nas redes sociais têm mitigado a minha vontade de produzir conteúdo, também têm aumentado minha gana por não ficar sem nada para fazer, o famoso ócio que no meu ver é deveras necessário para se criar algo propositalmente.
As redes sociais já me deram muita coisa, não vou negar. E vejo uma possibilidade de conteúdos incríveis por ali, até porque também é meu ambiente de trabalho. Mas é necessário consumi-los com cautela.
É muito fácil se prender na vida do outro por uma tela e perder a nossa vida passando por nós.
Se você se reconheceu nesse texto te convido a fazer o mesmo exercício mental de se desconectar mais!
Dicas do dia ::)
Como de costume, aqui estão as dicas!
Para assistir:
Cresci vendo séries médicas em casa e nunca achei que fosse achar uma que eu gostasse mais do que The Resident, mas The Pitt veio para mudar isso.
The Pitt é um drama médico que demonstra as dificuldades e sacrifícios que vêm com a profissão, cada episódio seria uma hora do plantão de 15 horas. Acredito que talvez seja a série mais realista de médicos que já fizeram!
Para ler:
Dentro da temática da newsletter dessa semana, a minha dica de livro é Nação Dopamina: Por que o excesso de prazer está nos deixando infelizes e o que podemos fazer para mudar. Eu confesso que ainda não o li, mas tá na minha lista e acredito que ele vai falar muito sobre o sentimento que trouxe no texto. Com certeza uma leitura que vale a indicação!
Para ouvir:
Como deixei de fazer minhas aulas de francês há um tempo, tento ouvir músicas em francês para não perder muito da escuta. Essa música que indico hoje da Édith Piaf é uma das minhas favoritas dela: La Foule. Qualquer música na voz de Édith Piaf é uma obra de arte, mas a letra dessa música é muito interessante, demonstrando um encontro efêmero causado pela sociedade, mas também trazendo o papel da sociedade em desfazê-lo.
Vica, obrigada por esse texto! Apesar de ser uma pessoa bastante disciplinada, nos últimos tempos também tenho sentido esse aumento do tempo de tela e consequentemente a ausência de tempo pra outras coisas que considero mais importantes. Vou tentar voltar pra rotina de não acessar as redes na parte da manhã e respeitar o tempo que coloco para o instagram e tiktok! Que seja uma jornada leve pra gente!
também estou na mesma luta para reduzir meu tempo de tela. por aqui, limitei o tempo de cada rede social e, quando o tempo acaba, só consigo abrir o app no dia seguinte. têm sido difícil, mas percebi que não era tempo que me faltava